#067 - Quebrando o hábito de ser você mesmo

Enviado por Lucca Moreira | 02 de Dezembro de 2024

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Quebrando o hábito de ser você mesmo

Tempo de Leitura: 8 minutos

O que vamos explorar hoje?

  • Como as exceções começam a se tornar regra;

  • A ciência por trás do conforto e como aprender a lutar contra;

  • Porque é tão difícil mudar e como conseguir na prática;

As pequenas exceções

Na semana passada, após completar um grande objetivo traçado para este ano, finalizar uma meia maratona, me senti caindo no conforto e na preguiça…

E por mais que essa palavra soe como algo positivo, foi o contrário.

Foi uma semana em que me dei a liberdade de acordar mais tarde, fazer menos exercícios, comer mais bobagens e por aí vai. Vivi a vida que ainda tenho idealizada na minha cabeça como a “vida boa”…

A vida confortável, de regalias, de curto prazismo.

Foi uma semana para eu perceber que, a cada dia que continuava nela, nesse ciclo que cultivei por muitos anos na minha vida, pior eu ficava e mais difícil se tornava encontrar forças para sair dela.

Algumas coisas que, nos últimos quatro meses, se tornaram normais — como acordar cedo, malhar todos os dias, alongar, entre outras — foram se tornando difíceis, muito piores do que eram há duas semanas.

Isso me assustou. O pensamento que veio foi: “Será que estou voltando aos meus antigos hábitos?”

Esse pequeno susto deixou claro para mim que preciso esquecer o acordo que havia feito comigo de que voltaria a treinar para a maratona só no próximo ano.

Mais um mês vivendo dessa forma seria suficiente para ensinar novamente ao meu inconsciente a buscar a vida de comodismo que eu vivia.

Essa semana foi esclarecedora. Hoje acordei antes das 06, depois de somente 5 dias dormindo um pouco mais, e percebi: “Por isso é tão difícil mudar.”

A rotina do seu antigo “eu”

Você pode estar, assim como eu, há meses construindo uma vida que te faz bem, feliz e  satisfeito.

Por meses, você evita algumas coisas, executa outras que jamais imaginaria estar fazendo, e sente, nas profundezas de si mesmo, a sua vida melhorando…

Mas, por algum motivo, movido por uma vontade que você nem sabe exatamente de onde veio, decide retomar um antigo hábito.

Essa vontade já surgiu outras vezes e foi combatida nestes meses de construção. Porém, no dia de hoje, você está orgulhoso, muito bem consigo mesmo.

Por causa dessa euforia, decide então se dar um diazinho para pular a academia, comer algo diferente, beber ou dormir mais.

Inofensivo, certo? Na teoria, sim. Na prática, nem tanto.

No dia seguinte, você acorda e sua mente está estranha… Você está com um pouco menos de energia, resiliência e ela novamente pede uma exceção. Ela sentiu o gostinho…

Aí um sentimento que há meses não aparecia, volta: a ansiedade.

Você começa a negociar consigo mesmo…Parece que está ganhando, mas você está ansioso. Sua mente quer muito parar com a ansiedade ao mesmo tempo que não quer tanto fazer a coisa difícil… Você faz outra concessão.

O que era uma exceção – um episódio apartado da realidade – começa, devagarinho, a se tornar regra.

A cada dia que passa, as concessões aumentam. Cada dia, sua resolução em manter a vida difícil que estava construindo diminui.

A cada dia, suas emoções pioram, sentimentos negativos surgem, alimentando ainda mais a necessidade da sua mente de buscar o conforto.

Você sabe o final dessa história?

Esse é o desfecho que a maioria das pessoas inevitavelmente alcança no processo de tentar mudar. É o fim que, provavelmente, já vivemos mais vezes do que gostaríamos.

Ele é a consequência e prova viva da dificuldade de mudar. E pode ser explicada por termos predisposição natural ao conforto. Evoluímos desejando ele.

O conforto, por mais que soe como um luxo, faz parte da base da pirâmide de Maslow.

É uma condição que nossos ancestrais raramente viviam e viam em suas vidas.

Uma caverna quente, sem perigos mortais ao redor, com comida e proteção contra a natureza, representava o ápice da qualidade de vida lá atrás.

No mundo de hoje, isso deixou de ser verdade. Estamos geralmente ultra confortáveis, faz parte do nosso dia a dia, é algo garantido…

Apesar disso, esse desejo está profundamente configurado na nossa mente, geneticamente falando, então vamos continuar buscando por ele mesmo assim.

E como conseguir efetivamente mudar?

Como buscar a vida que vai te gerar maiores benefícios sem cair na falácia do conforto?

Treinando a si mesmo para não pensar em conforto e sim no que vai te fazer bem.

No final, conforto e bem-estar estão longe de ser a mesma coisa. O conforto, na maioria das vezes, é prejudicial. Ele te faz sentir mal, mas é um mal familiar — aquele que você já conhece e, por isso, aceita.

Considere, por exemplo, o final do ano: uma época muito festiva, com vários eventos, descanso e comida boa.

Nessa época, a pessoa coloca uma intenção forte: “Quero emagrecer, parar de beber, cuidar melhor da minha saúde.”

É uma vontade genuína. Ela quer muito fazer aquilo.

Só que ela está tomando essa decisão em uma época que não vai começar efetivamente a ESCOLHER viver aquilo.

Ainda tem festas, eventos e descanso para serem vividos.

Então o ano vira. A intenção que ela tinha, muito forte e clara há duas semanas, já não está mais com aquela intensidade.

O ano começou, a realidade assentou. “Vai ser mais um ano de muito trabalho, não estou tão descansado como gostaria. Meu Deus, que preguiça de começar novamente…”

O que ela mais queria largar ou mudar então se torna o mais atrativo.

É o problema conhecido: “Eu sei que me faz mal, mas já sei exatamente como vai me fazer mal.”

Esse é o conforto. São os males aos quais nos acostumamos.

Por outro lado, ESCOLHER mudar exige desconforto.

Exige se colocar em uma posição de “não sei exatamente qual será o benefício nem como fazer, mas vou fazer mesmo assim.”

É sobre abandonar a vida que um dia foi vivida, estabelecer novos padrões para si mesmo e resistir à tentação de abrir exceções, por mais atraentes que pareçam.

Para o Dr. Joe Dispenza, a verdadeira mudança acontece através da repetição constante, aliada a uma combinação de intenção clara e emoção elevada.

Essa abordagem corrobora com o sentimento que tive na semana passada.

Depois de superar a inércia inicial — o pior desconforto de todos — é essencial firmar o compromisso de nunca mais voltar atrás.

Parece inofensivo as exceções. Estou te garantindo que não é.

Precisamos lembrar que nosso cérebro evoluiu para buscar conforto e, portanto, mudar é sobre travar uma guerra com a nossa genética, nossa natureza…

Mas encará-la e sair vitorioso transforma a vida de qualquer pessoa, até os casos mais obscuros e assustadores. Eu falo porque já vi.

“Se você quiser um novo resultado, terá que abandonar o hábito de ser você mesmo e reinventar um novo eu.”

Dr. Joe Dispenza

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