Enviado por Lucca Moreira | 21 de Janeiro de 2025
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Tempo de Leitura: 7 minutos
O que significa sentido da vida por Viktor Frankl;
A importância de levarmos essa busca em nossas vidas;
Como entender o nosso sentido e persegui-lo.
No final do ano passado, li o best-seller e excelente livro, Em Busca de Sentido, do autor Viktor Frankl.
Viktor foi um neuro psiquiatra austríaco e fundador da terceira escola de Viena de psicoterapia, a Logoterapia e Análise Existencial.
Ele ficou mundialmente conhecido depois de descrever a sua experiência dramática em quatro campos de concentração nazistas e pelo crescimento da logoterapia, uma técnica psicoterápica que procura estimular os pacientes a buscarem o sentido da vida.
Imagino que, se você gosta de reflexões mais profundas, provavelmente já discutiu sobre o sentido da vida com alguma pessoa próxima.
A conclusão de Frankl é a melhor que encontrei até hoje para o tema e para explicar sua visão você encontra abaixo um trecho do livro.
“Não perguntamos mais pelo sentido da vida, mas nos experimentamos a nós mesmos como os indagados, como aqueles aos quais a vida dirige perguntas diariamente e a cada hora – perguntas que precisamos responder, dando a resposta adequada não por meio de elucubrações ou discursos, mas apenas por meio da ação, por meio da conduta correta.
Em última análise, viver não significa outra coisa senão arcar com a responsabilidade de responder adequadamente às perguntas da vida, pelo cumprimento das tarefas colocadas pela vida a cada indivíduo, pelo cumprimento da exigência do momento.
Essa exigência, e com ela o sentido da existência, altera-se de pessoa para pessoa e de um momento para o outro. Jamais, portanto, o sentido da vida humana pode ser definido em termos genéricos; nunca se poderá responder com validade geral à pergunta por esse sentido.
A vida como a entendemos aqui não é nada vago, mas sempre algo concreto, de modo que também as exigências que a vida nos faz sempre são bem concretas. Essa concreticidade está dada pelo destino do ser humano, que para cada um é sempre algo único e singular.
Nenhum ser humano e nenhum destino podem ser comparados com outros; nenhuma situação se repete. E em cada situação a pessoa é chamada a assumir outra atitude.”
Enquanto Viktor Frankl estava em um campo de concentração, ele teve a chance de fugir, mas preferiu ficar para ajudar seus companheiros doentes no campo. Ou seja, mesmo nas piores condições, com uma alta probabilidade de morrer, Viktor optou por continuar fazendo o que fazia porque isso lhe dava sentido.
Isso é o poder de encontrar um sentido. E antes de entendermos como procurar um sentido, primeiro vamos entender o porquê do sentido.
A vida contemporânea não tem sentido per se. Não existe uma causa comum, uma doutrina ou uma guerra que estamos unidos para combater.
Não é mais uma questão de sobrevivência.
Exatamente por isso, torna-se tão importante entendermos o sentido da vida.
Viktor conta sobre vários prisioneiros que dividiam seus alimentos com os mais enfermos e sacrificavam sua comida para alimentar o outro. Olhando para a situação em que se encontravam, nos perguntamos: POR QUÊ? Todos vão morrer, qual é a diferença?
A diferença está exatamente na esperança, no fazer porque é o correto, em acreditar que aquilo não é o destino final.
Esse é o poder de encontrar clareza no sentido da vida. Mesmo que esteja só na nossa cabeça, ele nos mantém fortes na luta.
Essas pessoas que se propunham a continuar acreditando e a entender seu papel dentro de uma das piores situações possíveis foram as que compuseram os sobreviventes.
Não há chama que se apague nem obstáculo definitivo se encontramos, nas maiores dificuldades, o porquê de viver.
A vida atual poderia ser vista com um senso niilista do mundo… Como o personagem Tyler Durden coloca tão bem no filme Clube da Luta:
“A publicidade nos faz correr atrás de carros e roupas, trabalhar em empregos que odiamos para podermos comprar coisas de que não precisamos. Somos os filhos do meio da história. Sem propósito ou lugar. Não temos uma Grande Guerra, nem uma Grande Depressão. Nossa grande guerra é uma guerra espiritual. Nossa grande depressão é a nossa vida. Todos nós fomos criados pela televisão para acreditar que um dia seríamos milionários, deuses do cinema e astros do rock, mas não seremos. Estamos aprendendo lentamente esse fato.”
Acredito que ler algo assim gera uma sensação de que ele está certo. Gerou em mim. Mas não precisa ser assim, este é o grande ensinamento de Viktor Frankl.
Mesmo nessa sociedade consumista, mesmo que trabalhemos com coisas que não gostamos, mesmo que não tenhamos um objetivo claro e definido como uma guerra, podemos ter sentido e sermos muito felizes.
Fazendo o certo. Lutando pelo que acreditamos, independentemente do resultado. Sacrificando a nós mesmos pelo bem maior da sociedade, da família, dos nossos filhos.
Mesmo que tudo pareça apagado, mesmo que nossa vontade seja acreditar que a vida é rasa e sem sentido, ainda há esperança.
“Aquele que tem um porquê para viver pode suportar quase todos os comos.”
– Friedrich Nietzsche
Não devemos nos apegar a como a nossa vida e o mundo estão hoje, devemos lutar para encontrar, todos os dias, através da ação, o porquê de viver. E eu garanto, todos nós temos!
“O fruto desta vida”, escreveu Marco Aurélio, “é o bom caráter e os atos para o bem comum.”
E não vai existir só um sentido. Cabe a cada um de nós entendê-lo e cumpri-lo. Afinal, como em toda colmeia de abelhas, cada um possui sua função, e todos são igualmente importantes para fazer a estrutura funcionar.
Até a próxima,
Arthur Mota e Lucca Moreira,
Co-Founder Insight Espresso
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