#008 Criatividade, conforto no tédio e um segundo e 34 anos

Enviado por Lucca Moreira | 10 de Maio de 2024

Criatividade, conforto no tédio e um segundo e 34 anos

Tempo de Leitura: 5 minutos

O que vamos explorar hoje?

  • 1 frase do diretor de cinema James Cameron e 1 da Designer Paula Scher;

  • 1 ideia original nossa;

  • 1 indicação de um ótimo filme para o final de semana.

Escute mas saiba que a palavra final é sua

“Você passou por todo o checklist, como um bom executivo de estúdio… Mas adivinha? Eu quero ver.”

– James Cameron

James Cameron disse essa frase a um executivo que estava reclamando de uma cena de voo no filme Avatar, que tinha duração de três minutos.

É sempre bom ouvir as pessoas e entender o lado delas. A experiência conta também, e temos que estar de ouvidos e olhos abertos. Apesar disso, precisamos trilhar nosso próprio caminho; a palavra final é nossa.

James Cameron sabe que o papel do executivo é ter um filme mais curto, porque, em geral, filmes mais curtos vendem mais. Claro que ele vai ouvir essa opinião; ele também deseja o sucesso do seu filme. No entanto, decidiu confiar em sua crença e manteve a cena de voo, acreditando que ela seria tão empolgante para sua audiência quanto era para ele.

Em outras entrevistas, Cameron acrescenta a seguinte ideia: “A forma como eu escrevo é entendendo primeiro as cenas que eu quero ver.” A cena do voo precisava estar lá.

No final, sua decisão se mostrou a correta nos estudos feitos com a audiência: a cena de voo foi uma das mais apreciadas pelo público.

Informe-se, mas faça do seu jeito.

Um segundo e 34 anos

Em 1998, o Citibank fez uma fusão com a Travelers Insurance Company. Para redesenhar a logo, contrataram Paula Scher, uma das designers mais competentes da indústria. Na primeira reunião, ela sentou-se, escutou um pouco e desenhou em um guardanapo o que se tornou a nova e icônica logo do Citibank.

Os executivos ficaram perplexos… “Como pode ter sido feito em segundos assim?” – perguntou um dos membros da equipe.Paula Scher respondeu com classe e brilhantismo:

“É feito em um segundo e 34 anos… É feito em um segundo e toda a experiência que já vivi e todo o conhecimento que acumulei em minha vida”.

– Paula Scher

É uma ótima reflexão sobre criatividade e, além disso, nos mostra a importância da experiência em nossas vidas.

Não existe isso de ser ou não ser criativo, existe estudo, experiências e prática que irão, com o tempo, te fazer uma pessoa criativa. Se dê tempo para ficar bom.

Com mil horas dedicadas a qualquer coisa, você se torna um expert no assunto. Quanto mais buscarmos experiências e conhecimento, mais fácil será criar e construir.

Conforto no tédio

Ao invés de uma frase, hoje quero deixar um processo prático que estou aplicando na minha vida.

Venho testando ficar à toa em horas estratégicas do meu dia, e isso está me ajudando muito a trabalhar mais e a manter o foco total.

Nas pausas durante o trabalho, seja de 5 ou 10 minutos para respirar um pouco, tomar uma água ou comer, não estou fazendo nem assistindo nada. Vou para a minha varanda e fico olhando para o céu.

Sem celular, sem vídeo, sem música.

À medida que os minutos passam, duas coisas incríveis acontecem:

  • A primeira é que sua mente começa a trabalhar muito mais rápido e conectar informações que só conectam nessa velocidade estando à toa ;

  • A segunda é que, após alguns minutos, por estar sem fazer nada e sem receber estímulos, você começa a ficar inquieto e quer voltar a trabalhar (loucura, eu sei, kkk).

Essas pausas estão gerando picos muito bons de criatividade durante meu dia, independente do tipo de trabalho que estou fazendo. Os momentos de “luz acesa” têm acontecido muito nesses períodos.

Fica como sugestão para teste; está me fazendo muito bem.

Usar o celular nessas ocasiões, na minha visão, cria uma base de comparação do conceito de lazer e satisfação entre nosso trabalho e as redes sociais…

E, por mais que eu goste do meu trabalho, um vídeo sempre vai ser mais legal e agradável do que trabalhar.

Não fique constantemente fazendo essa comparação no seu dia a dia; no final, o maior lazer, com maior facilidade, possui uma vantagem se comparado à gratificação atrasada do trabalho.

1 Filme: Whiplash

Onde assistir: Netflix

Esse filme conta a história de Andrew (Miles Teller), um baterista de jazz, que busca ser o melhor músico de jazz da atualidade. O filme entra também na relação de aprendiz-mestre do Andrew com o louco porém genial Terence Fletcher (JK Simmons), o maestro que Andrew escolheu para atingir seu sonho.

É um filme incrível, com ótimas atuações e uma história forte e muito bem conectada.

Apesar de todas as qualidades, não é por isso que estou recomendando. Recomendo porque é um filme que representa muito bem o que é ser obcecado e o poder da repetição.

Não vou dar spoiler, mas a evolução do baterista é incrível de acompanhar, e a disposição de continuar tentando deixará uma marca positiva em você.

Esse é um filme que provocará aquele sentimento de catarse que, se bem aproveitado, pode alavancar várias mudanças positivas. Assista no domingo e sua segunda-feira será outra.

Diálogo para ficar de olho no filme: 👀

Andrew (Milles Teller): But is there a line? You know, maybe you go too far, and you discourage the next Charlie Parker from ever becoming Charlie Parker?

  • “Mas existe um limite? Sabe, as vezes você vai longe demais e desencoraja o próximo Charlie Parker (baterista lendário de jazz) de se tornar O Charlie Parker?”

Terence Fletcher (Maestro): No, man, no. Because the next Charlie Parker would never be discouraged.

  • Não, cara, não. Porque o próximo Charlie Parke nunca seria desencorajado.

Até a próxima,

Lucca Moreira,

Co-Founder Insight Espresso

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