#032 Autossugestão, alegria e esvaziar o copo

Enviado por Lucca Moreira | 01 de Agosto de 2024

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#032 Autossugestão, alegria e esvaziar o copo

Tempo de Leitura: 6 minutos

O que vamos explorar hoje?

  • 1 história do patinador Dan Jansen sobre o princípio da autossugestão;

  • 1 frase de Sêneca sobre a verdadeira alegria;

  • 1 ideia original nossa para estar sempre aprendendo;

  • 1 indicação de um ótimo filme para o fim de semana.

O princípio da autossugestão

Tanto nas Olimpíadas de 1988 quanto nas de 1992, o patinador de velocidade Dan Jansen era o favorito para vencer as corridas de 500 e 1.000 metros. Ele não ganhou nenhuma medalha em ambas as Olimpíadas.

A mídia foi brutal: “Jansen engasga novamente”. “O maior engasgo da história do esporte”. Seu agente então procurou o psicólogo de desempenho Dr. Jim Loehr para obter ajuda.

Em sua primeira reunião, Loehr descobriu que Jansen odiava a prova de 1.000 metros. “Ele achava que era um cara de contração muscular rápida”, explica Loehr. “Ele se via como um velocista. Então, ele adorava os 500 e odiava os 1.000.”

Loehr assistiu às sessões de treinamento de Jansen e, depois de observar Dan patinar repetidamente, convenceu-se de que a melhor chance de Dan ganhar uma medalha de ouro não era nos 500, mas nos 1.000.

“Você precisa mudar sua mentalidade”, Loehr disse a Jansen. “Você precisa mudar a história que conta a si mesmo sobre os 1.000″. Todos os dias, Loehr receitou que Jansen escrevesse no quadro dos treinos: “Eu amo os 1.000”.

Nos dois anos subsequentes, ele treinava e escrevia isso no quadro. Chegando nos Jogos Olímpicos de 1994, em Lillehammer, Jansen falou para Loehr: “Estou começando a gostar dos 1.000 metros. Diria que posso gostar até mais do que dos 500″.

Nas competições, ele ficou em 8° nos 500 metros, e nos 1.000 metros… Ganhou finalmente sua primeira medalha de ouro e criou um novo recorde mundial na prova. Jansen se tornou um medalhista olímpico.

Todos nós contamos histórias para nós mesmos sobre quem somos, sobre o que gostamos e sobre os nossos defeitos. O que eu quero mostrar com essa narrativa é que toda e qualquer história pode ser mudada.

Eu consigo apostar que você conta uma história negativa sobre si para si que acabou se tornando verdade. “Ah, eu não sou o tipo de pessoa que é boa nisso”

“Fico impressionado como vocês conseguem fazer isso, eu jamais conseguiria…”

Elas podem ser mudadas. Através do que Napoleon Hill chama de autossugestão, que é exatamente o que Loehr fez com Jansen, você consegue quebrar e desbancar qualquer uma delas.

Repita algo vezes o suficiente para si e eventualmente se tornará verdade. Estou batendo muito nessa tecla nas últimas Insights porque, no final, ela é a essência para evoluirmos.

Comece a mudar as histórias que não condizem com o que você quer ser e atingir. Com o tempo, as novas histórias se tornarão sua verdade.

A verdadeira alegria

“Crê-me, verdadeira alegria é uma coisa séria. Pensas que alguém pode, na encantadora expressão, mandar a morte embora com toda a tranquilidade? Ou abrir a porta para a pobreza, manter os prazeres sob controle, ou meditar sobre a capacidade de suportar o sofrimento? Aquele que se sente confortável refletindo sobre esses pensamentos está de fato cheio de alegria, mas raras vezes contente. É exatamente esse tipo de alegria que desejo que possuas, pois ela nunca se extinguirá uma vez que tenhas reivindicado sua fonte.”

– Sêneca, Cartas Morais, 23.4

Talvez este ano tenha sido a primeira vez que toquei no estado que eles chamam de “verdadeira alegria”. E afirmo: não envolve festa, comemorações, prazeres ou contentamento.

É um estado contínuo no qual me encontrei enquanto estava fazendo apenas coisas que precisam ser feitas, nada “incríveis”, mas que se tornaram extremamente serenas e calmas.

Ainda estou muito distante dessa verdadeira alegria, mas a senti. É uma sensação diferente, estranha até, porque não é estar contente.

É um sentimento realmente calmo e sereno e me deu essa sensação de plenitude na vida, de que qualquer coisa poderia acontecer e eu ainda estaria alegre.

E discordando um pouco de Sêneca (quem sou eu, né? rs), ele coloca que a pessoa que atinge esse estado é raras vezes contente, e não deveria ser, ela pode ser sim contente, mas não dependente disso.

Definitivamente, não se trata de um estado criado externamente, mas sim totalmente interno, em que tudo poderia estar indo para a m*rda e você ainda estaria nesse estado.

Trabalhar duro, alcançar nosso objetivo e ser capaz de nos controlar é o caminho porque, na minha opinião, está completamente relacionado ao quanto podemos separar nossa emoção em relação ao mundo externo.

Sei que será um longo processo, e talvez nunca alcance essa “verdadeira alegria” como um estado mental constante, mas a sentirei cada vez mais e, nesse meio tempo, amarei o processo em que ela está sendo construída.

Diferencie na sua vida o que é contentamento e o que é verdadeira alegria. Foque naquilo que gera a verdadeira alegria; contentamento sempre será passageiro.

Esvazie o seu copo

“O momento em que chegamos à conclusão de que não sabemos nada é o momento em que aprendemos de verdade. É impossível encher um copo que já está cheio.”

– Lucca Moreira

Uma das maiores batalhas na minha vida foi aceitar (citando Sócrates) que nada sei. Pelo orgulho, pelo ego, pela vontade de se provar, limitamos nossa capacidade de aprender.

Largar tudo e aceitar sua “burrice” é a coisa mais inteligente a se fazer. Sempre haverão pessoas mais inteligentes e conhecedoras que nós… Que ótimo! Isso quer dizer que ainda podemos aprender algo.

Este ano estou lendo livros que tinha muito preconceito de ler, como “Quem Pensa Enriquece” (pensava: “que enganação!”), e estou de copo vazio, sem preconceitos e crenças anteriores. O resultado está sendo uma evolução gigantesca em cada capítulo.

Tudo o que achamos que sabemos devemos colocar como uma possível verdade, não uma verdade absoluta. Somos seres em constante evolução, nunca se sabe qual a próxima verdade que irá se apresentar para nós.

Mas, para isso, precisamos estar abertos a recebê-la. Um copo cheio não aceita mais líquido nenhum; nunca deixe seu copo encher.

1 Filme: Boyhood

Onde assistir: Netflix

Nota IMDB: 7.9

Um filme incrível é um filme que conta uma história que se sustenta sozinha e que nos faz sair da sessão com um sentimento de catarse, que algo em nossas vidas mudou. “Boyhood” é um desses raros filmes.

Filmado ao longo de 12 anos com os mesmos atores, ele captura a beleza e as dificuldades do crescimento através dos olhos de Mason, um garoto comum que experimenta as alegrias e desafios da vida, desde a infância até o início da vida adulta.

Mas “Boyhood” é muito mais do que uma crônica do amadurecimento. É uma obra que nos desafia a olhar para dentro e questionar como estamos lidando com o nosso próprio processo de aprendizado e evolução.

Cada cena é um convite a enxergar o mundo com novos olhos, a aceitar que o crescimento não tem um roteiro fixo, e que a verdadeira sabedoria vem de sermos eternos aprendizes.

Até a próxima,

Lucca Moreira,

Co-Founder Insight Espresso

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