#062 - Memento mori, tédio e aprender a esperar

Enviado por Lucca Moreira | 15 de Novembro de 2024

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#062 - Memento mori, tédio e aprender a esperar

Tempo de Leitura: 8 minutos

O que vamos explorar hoje?

  • 1 frase Estóica sobre a brevidade da vida;

  • 1 história de Matthew McConaughey para refletirmos sobre a importância de esperar;

  • 1 ideia original nossa sobre uma necessidade esquecida no século XXI;

  • 1 indicação de um ótimo filme para o fim de semana.

Memento mori

“Lembre-se de que você vai morrer.”

Isso é o que Memento Mori significa. Por mais obscuro e mórbido que pareça, acredito que é o contrário disso.

Memento Mori nos faz lembrar da brevidade da vida, do nosso inescapável final: a morte.

Praticar essa reflexão traz consigo a ideia de que a vida é o caminho mais importante que temos. Ela é tudo e, portanto, precisamos aproveitá-la ao máximo até nosso destino final.

Para mim, é uma provocação a não desperdiçar tempo, um motivador para arriscar mais e um lembrete de que temer a morte é totalmente inútil, porque ela vai acontecer.

Voltando ao texto da Tuesday desta semana, que inclusive ficou entre os melhores da Insight, o cínico olha para Memento Mori e pensa: “Como vamos morrer um dia, a vida não é importante, ela não significa nada.”

Enquanto isso, acredito que a interpretação é o oposto: “Como vamos morrer um dia, a vida é a coisa mais importante, ela significa tudo. Somos obrigados a utilizar essa dádiva da melhor forma possível.”

“Vamos preparar nossas mentes como se tivéssemos chegado ao fim da vida. Não adiamos nada. Vamos equilibrar os livros da vida todos os dias (…) Quem dá os retoques finais em sua vida todos os dias nunca fica com pouco tempo.”

– Sêneca

Criando honra na paciência

Matthew McConaughey é um dos atores mais bem-sucedidos do nosso século e, quem sabe, da história; ele fez, pelo menos, uns três dos meus filmes favoritos.

Antes de atuar em papéis sérios e profundos como Interstelar, Clube de Compras Dallas e O Poder e a Lei, ele era conhecido como o rei das comédias românticas.

Fez inúmeros filmes românticos, ganhou muito dinheiro, e qualquer filme em que estivesse era sucesso de bilheteria. Mas ele conta que queria mais, precisava se desafiar e buscar novos papéis.

Essa mudança em Hollywood é perigosa; pode matar sua carreira facilmente. Mas ele assumiu o risco.

Matthew relata: “Não é coincidência que naquela época eu tinha várias coisas boas acontecendo na minha vida. Eu estava apaixonado por Camila, ela tinha acabado de ficar grávida. Isso me deu uma grande significância enquanto arriscava o que gerou maior propósito para mim por todos esses anos.”

Ele estava decidido a não puxar o paraquedas; ele esperaria até que Hollywood o encontrasse novamente. Durante dois anos, ele esperou.

“Esses 20 meses foram muito difíceis… Aquela garrafa guardada estava ficando mais atrativa cada vez mais cedo no dia… Por mais quanto tempo vou ter que mexer no jardim? Eu não sou jardineiro.”

Enquanto isso, filmes de comédia romântica surgiam a cada mês. Nesse período, ele conta que recebeu uma oferta de 14,5 milhões de dólares para fazer um filme e rejeitou.

E essa determinação, essa profunda resistência, começou a se transformar em orgulho. O sentimento era de penitência; ele precisava resistir para alcançar o maior e melhor pote de ouro.

O pensamento passou a ser: “Definitivamente, não vou recuar agora. Estou nisso há seis meses… Estou há um ano, está ficando bom. Vem pra cima!”

Após dois anos recusando milhões de dólares, seu novo papel chegou: “O Poder e a Lei.”

O resultado? Toda a espera valeu a pena! Depois desse papel ele se tornou muito mais do que o rei da comédia romântica, se consagrou como um dos melhores atores da história do cinema…

Fez filmes que serão lembrados por gerações, ganhou muito mais dinheiro no processo e conquistou um dos grandes objetivos de todo ator: o prêmio de melhor ator no Oscar de 2014.

Sua jornada nos lembra que há um tipo de orgulho silencioso e poderoso em resistir às seduções do imediato em favor do que realmente importa.

Ele escolheu não recuar, cultivou paciência e deixou que o tempo lhe trouxesse a recompensa.

Você aguentaria dois anos sem resultados, enquanto oportunidades e dinheiro estão balançando na sua frente pra frente, para atingir o que quer?

O orgulho silencioso que esse tipo de atitude traz demora a chegar, mas quando chega qualquer dúvida some por completo.

Aceitar o tédio

“Todos nós precisamos reaprender a viver com o tédio. Ao fazê-lo, não há vício que não possa ser superado nem objetivo que permaneça inalcançável.”

– Lucca Moreira

Quando foi a última vez que você esteve entediado?

Não entediado olhando para o celular e vendo vídeos curtos, mas verdadeiramente entediado?

Hoje esquecemos o que é isso e o que significa viver uma vida com menos estímulos.

Até para dormir, hoje, muitas pessoas precisam deixar a televisão ligada. Isso é muito louco.

Não há uma pausa no trabalho em que o celular não seja o objetivo…

Não existe um fim de semana em que ficar em casa lendo livros seja o que queremos fazer.

Hoje estamos definitivamente ligados no 220, o que nos condiciona a buscar intensidade. O problema é que as verdadeiras recompensas, as coisas mais satisfatórias, são construídas na monotonia, na paciência.

Para ter a resistência mencionada no tópico anterior, precisamos conviver com o tédio, com a gratificação lenta e demorada. Mas como começar?

Comece pequeno, assuma pequenos compromissos que o acostume a viver com menos estímulos.

Eu, por exemplo, tirei a música dos meus momentos de exercício, tanto na corrida quanto na academia.

Ficou mais chato? Claro, e isso me traz o orgulho silencioso que falamos ali em cima. Sei que estou lá fazendo algo mais difícil sem abrir exceções.

A bebida também foi uma mudança que me ensinou a viver com menos estímulos. Passar a sexta à noite em casa vendo um filme para acordar cedo e correr no sábado é mais chato do que sair e beber? No início foi e superar isso me trouxe o mesmo orgulho.

Com o tempo, aprendemos a gostar de uma vida mais tranquila, e o que antes parecia chato demais passa a ser algo pelo qual nos animamos.

Precisamos aprender a viver no tédio!

1 Filme: Interstelar

Onde assistir: Max

Nota IMDB: 8.7

Este talvez seja meu filme favorito, uma obra de arte, um filme que vai ecoar para sempre na história do cinema.

Matthew McConaughey é um cientista convocado para fazer parte de uma equipe de exploradores com a missão de encontrar outro planeta para a humanidade se mudar e sobreviver.

Quer entender sobre sacrifício? Assista Interstelar. Quer entender sobre propósito? Assista Interstelar.

Sinceramente, a ideia do filme é tão extraordinária que explicá-la aqui não faria jus. Dentre todas as minhas recomendações, esta é uma das que mais será aproveitada.

Até a próxima,

Lucca Moreira,

Co-Founder Insight Espresso

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