#070 - Detox, saudosismo e relacionamento

Enviado por Lucca Moreira | 13 de Dezembro de 2024

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#070 - Detox, saudosismo e relacionamento

Tempo de Leitura: 7 minutos

O que vamos explorar hoje?

  • 1 frase de Marco Aurélio para refletirmos sobre a única direção possível da vida;

  • 1 texto de Billy Oppenheimer sobre um indicador pouco conhecido de sucessos nos relacionamentos;

  • 1 desafio original nosso para fazer um detox importantíssimo;

  • 1 indicação de um ótimo filme para o fim de semana.

A história nunca se repete

“Percorre a longa galeria do passado, de impérios e reinos sucedendo-se uns aos outros incontáveis vezes. E podes também ver o futuro, pois certamente ele será igual, sem tirar nem pôr, incapaz de se desviar do ritmo atual. É tudo uma só coisa, quer tenhas experimentado quarenta anos, quer tenha sido uma era. O que mais há para ver?”

– MARCO AURÉLIO, MEDITAÇÕES, 7.49

Na terça-feira, estava escutando um podcast do Sam Harris com Simon Sebag, um escritor e jornalista americano, em que eles discutiam sobre a possibilidade de a história se repetir.

Simon então falou algo que me marcou: “A história nunca se repete, ela pode ter similaridades, mas sempre será algo novo”.

Essa frase ficou comigo. Já tinha decidido que escreveria sobre o tema, conectando essa ideia com a nossa vida… Que pode ter similaridades, porém nunca se repete só anda para frente e o destino final todos conhecemos.

Sentei para escrever e antes de começar decidi ler o Diário Estoico, de Ryan Holiday. E adivinha? A frase do dia era essa frase acima de Marco Aurélio.

Conexões inesperadas que deixaram claro que precisava falar sobre isso.

Muitas vezes nos agarramos a memórias do que já passou. Sentimos um saudosismo em relação ao passado e desejamos reviver aquelas sensações…

Mas isso nunca vai acontecer. Nossa vida, assim como a história da humanidade, pode apresentar padrões, mas nunca se repete.

E, no fundo, não queremos que ela se repita, por mais que nosso saudosismo insista no contrário.

Não queremos porque já não somos a mesma pessoa daquela memória. Por mais que o sentimento esteja lá, ele pertence à pessoa que você foi, não à que você é hoje.

O momento é bonito na memória, mas, se trouxermos a mesma situação para o presente, veremos que seria completamente diferente.

O que você tem tentado reviver na sua vida por causa de saudosismo e que precisa deixar para trás para seguir em frente?

Aproveitar a nossa memória é ótimo, porém, não ache que ela vai se repetir. Você não é mais o mesmo e é isso que faz a vida ser tão especial.

Anulação de sentimentos positivos e negativos

Desde a década de 1980, o psicólogo John Gottman recebeu cerca de quatro mil casais em seu laboratório na Universidade de Washington.

Em seu “laboratório do amor”, os casais são gravados em vídeo enquanto participam de uma espécie de sessão de terapia de casais.

Depois de analisar uma hora de conversa entre marido e mulher, Gottman previu com 95% de precisão se eles ainda estarão juntos em quinze anos. Se ele observar um casal se comunicando por apenas quinze minutos, sua taxa de acerto será de cerca de 90%.

Entre outras coisas, Gottman procura ver em qual dos dois estados o casal se encontra. “O primeiro”, explica Gottman, “é o que chamo de anulação do sentimento negativo, em que a emoção positiva se sobrepõe à irritabilidade. É como um amortecedor. O cônjuge faz algo ruim e eles dizem: ‘Ah, ele só está de mau humor’.”

“Ou eles podem estar em anulação de sentimento negativo, de modo que até mesmo uma coisa relativamente neutra que o parceiro diz é percebida como negativa…

Por exemplo, estou conversando com minha esposa e ela diz: ‘Você pode calar a

boca e me deixar terminar?’ Em anulação de sentimento positivo, eu digo: ‘Desculpe, continue’.

Na anulação de sentimento negativo, eu digo: ‘Vá para o inferno, também não vou ter a chance de terminar. Você é uma chata, me lembra a sua mãe’.”

Quando uma das partes começa a anular regularmente interações, situações e percepções com sentimentos negativos, o relacionamento começa a se deteriorar.

“Quando começa a decair”, disse Gottman, “em noventa e cinco por cento dos casos continuará decaindo”.

Retirei essa ideia de um texto de Billy Oppeinheimer e achei incrível porque nunca tinha visto uma explicação tão boa para algo tão profundo.

É uma forma muito simples de refletir sobre relacionamentos que nos faz alertar para esse processo de deterioração, que é um grande indicativo do que vai acontecer no futuro da relação.

O detox necessário

Nesses últimos 6 meses, adotei uma rotina que me fez perceber o quanto estava viciado em uma das substâncias que a humanidade mais usa e mais vicia.

Ela está longe de ser opióides, cigarro ou álcool.

Estou falando do nosso tão querido café.

A cafeína, assim como a nicotina, é considerada um nootrópico — uma substância natural que auxilia na performance e no foco.

O problema é que, por ser tão culturalmente aceita e fazer parte de tantos rituais, a cafeína deixou de ser um potencializador e se tornou uma necessidade básica.

Chega a ser engraçado o quanto somos viciados em café. Quando estamos cansados, a primeira coisa que pensamos é: “Preciso de um café”.

“Ah, Lucca, mas qual é o grande problema disso?”

Não é um grande problema por si só, porque o café não tem tantos malefícios como outras drogas. Porém, o verdadeiro problema é que ele nos faz ignorar as causas reais do cansaço.

O café vira um tapa-buraco para nossa exaustão, o que, consequentemente, nos faz deixar de lado pontos importantes da saúde, como:

  • Sono

  • Alimentação

  • Atividade física

  • Descanso

Como tracei o objetivo de largar todos os meus vícios, o café precisa entrar na lista. Por isso, a partir de junho deste ano, decidi introduzir o detox do café.

De dois em dois meses, fico 2 semanas sem tomar café. Estou fazendo isso há 6 meses, e só trouxe benefícios.

Primeiro, você começa a perceber, de forma muito clara, a dependência. Nos primeiros dias, sua atenção, motivação e energia simplesmente desaparecem…

Segundo, essa pausa te força a prestar atenção em outras áreas ligadas à energia para resolver o cansaço que está sentindo, ajudando a melhorar aspectos da vida que fazem realmente diferença.

Terceiro, quando se passam as duas semanas e você volta a tomar café (de forma mais equilibrada, por favor), você passa a usá-lo como deveria: um potencializador.

Ele deixa de ser uma necessidade e se transforma em algo que você consome para ir além. É uma loucura — chega a dar até uma sensação de euforia! kkk

Pesquisando mais sobre o assunto, descobri que o detox de café pode durar até nove dias. Então, aqui vai um desafio:

Aproveite o final do ano, esse período que é mais tranquilo no lado profissional, quando o mundo dá uma desacelerada, para experimentar o detox. Você vai ficar chocado quando voltar à cafeína.

1 Filme: Brilho eterno de uma mente sem lembranças

Onde assistir: Netflix

Nota IMDB: 8.3

E se você pudesse apagar um relacionamento que te machucou? Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) fazem isso após o término, mas Joel percebe, durante o processo, que apagar as memórias felizes pode ser uma perda ainda maior.

O filme explora como emoções positivas e negativas moldam os relacionamentos, ecoando a ideia de John Gottman sobre o impacto da percepção negativa no desgaste das relações.

Profundo e tocante, Brilho Eterno questiona se a história realmente não se repete, mostrando a força dos laços humanos mesmo na dor.

Até a próxima,

Lucca Moreira,

Co-Founder Insight Espresso

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