“Um dia, um velho cavalo cai em um poço profundo. O fazendeiro tenta pensar no que fazer, mas decide, considerando a idade do animal e o perigo do poço aberto, que a melhor solução é encher o poço com terra e fechá-lo.

Ele começa a jogar terra no poço. Após várias horas de trabalho, o fazendeiro está quase terminando de preenchê-lo, quando, de repente, para sua surpresa, o velho cavalo salta para fora do poço cheio de terra e sai trotando para o pasto.

O fazendeiro percebe: em vez de se resignar ao seu destino a cada pá de terra que atingia suas costas, o cavalo sacudiu a terra e subiu sobre ela.

Conforme o fazendeiro continuava a jogar terra no poço, o cavalo esperto usava a terra para se aproximar de sua fuga.”

Haverão diversos momentos da nossa vida em que tudo parece estar dando errado, que o universo está conspirando para nos ver falhar, que ninguém nos apoia e o peso da vida está quase nos sobrecarregando.

A vida tem dessas, os incontroláveis buracos em que vamos cair. Apesar dessa inevitabilidade de desafios e problemas, como enxergamos esses momentos cabe inteiramente a nós.

Podemos nos resignar ao nosso destino ou, como o cavalo, buscar soluções e enxergar aquilo como uma passagem necessária.

No final do ano passado, me senti em um desses buracos. Fui assaltado e perdi muita coisa de valor e querida para mim.

Antes disso, me encontrei recebendo golpes e mais golpes pelo telefone, incluindo ameaças.

Ao invés de resignar e aceitar a “má sorte”, quis enxergar tudo como obstáculos necessários que precisava superar, coisas que queriam me prender ao passado e antigos hábitos. Decidi então, como o cavalo, sacudir a poeira e pisar em cima dela para subir.

Nossa interpretação é chave nesses momentos, e essa sim podemos controlar. Vamos usar a filosofia de pisar na poeira para que não exista buraco do qual não possamos sair.