Enviado por Lucca Moreira | 14 de Janeiro de 2025
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Tempo de Leitura: 7 minutos
Um desafio que passei neste sábado e que me trouxe uma grande reflexão sobre o limite que impomos a nós mesmos;
Uma frase de Mahatma Gandhi sobre perder a paciência;
Como lidar com o paradoxo de querer muito atingir o destino final.
Sábado agora, fui correr um treino de 12 quilômetros. Isto porque, no sábado anterior, eu havia colocado a meta de correr 8 km, mas falhei miseravelmente, correndo apenas 5 km.
Isso me frustrou profundamente. No treino de 5 km, senti um cansaço extremo, como se minhas pernas tivessem parado de funcionar. Cada passo era uma luta contra meu corpo para continuar, até que desisti.
Fiquei muito irritado comigo mesmo e, enquanto tentava superar essa raiva, surgiram algumas desculpas (bastante convincentes por sinal)…
“Estou dormindo muito pouco, é normal ficar cansado antes do esperado…”
“O ano acabou de começar, ainda estou me reacostumando…”
“Falta muito para a maratona, não tem problema…”
Entre outras justificativas igualmente sedutoras, mas, no fundo, falhas. Por causa desse rendimento tão abaixo do que estava acostumado, decidi, neste sábado, correr 12 km exatamente para voltar a me desafiar novamente.
Acordei cedo, comi meu açaí de todos os dias, fiz meu alongamento e me sentia forte. O início foi ótimo, e mesmo correndo sob o calor das 9 da manhã, parecia que seria tranquilo.
1 km passou, 2 km também… 3, 4, 5… Mas no quilômetro 7 o cansaço começou a pesar. Sempre haverá vários desses momentos, e parte da missão do corredor é suportá-los até seu corpo se acostumar.
Já havia passado por isso antes e sabia que era normal, mas, mesmo assim, o cansaço só piorava…
Minhas pernas ficaram pesadas, a respiração estava horrível e o coração disparou.
Nessas horas é muito louco, e acontece com todo esporte de “endurance”, o momento em que entendemos que o tempo é relativo…
Tudo parou. Alguns metros se passavam, eu olhava para o relógio e somente alguns segundos se foram; esperava mais um pouco, olhava novamente e nada.
Foi exatamente no quilômetro 7,82 que senti que ia desmaiar. Em vez de continuar e aguentar o tranco, decidi parar.
Parecia que não conseguia respirar, e a sensação era de que meu corpo poderia falhar a qualquer momento. Pausei o relógio, sentei na calçada e comecei a respirar fundo.
Mais uma vez, falhei comigo mesmo. Falhei com o objetivo que havia estabelecido para aquele dia. Era mais um treino em que não completaria a missão.
Fiquei alguns segundos sentado, sentindo aquela mesma fraqueza que havia experimentado na semana anterior, quando parei nos 5 km. Mas, dessa vez, algo mudou. Não ouvi a voz suave e reconfortante que me dava desculpas…
O que veio foi uma voz carregada de raiva: “Não! De novo não!”, ela dizia. “Você já conseguiu correr 21 km e agora está falhando nos 8? Que p*rra é essa?”
Senti uma energia diferente voltando. Levantei, soltei um grito de guerra e voltei a correr.
Tudo isso aconteceu em, no máximo, 30 segundos. Mais à frente, precisei parar novamente por uns 15 segundos no quilômetro 10. Mas me recusei a desistir antes de completar a meta.
Dessa vez, a missão foi dada e a missão foi cumprida!
Enquanto tomava meu banho gelado de sempre, fiquei refletindo sobre essa piora absurda no meu rendimento nas últimas duas corridas… “O que está acontecendo comigo? Por que estou cansando tanto em coisas que, há 2 meses, eram fáceis?”
Durante essa reflexão, tive um grande insight: eu me impus um limite de vontade depois da meia maratona.
Parece que criei uma espécie de trava de preguiça. Dei espaço para a voz das desculpas dominar novamente e, com isso, meu corpo respondeu da mesma forma.
O fato de eu ter conseguido completar os 12 km, mesmo com a sensação de que ia desmaiar nos 7,8 km, reforça muito a ideia de que “sua mente manda, seu corpo obedece”, apesar de, no momento, parecer exatamente o contrário.
Esse “limite de vontade” é um efeito que nasce da nossa ansiedade. Em ambas as corridas, eu queria muito terminar o treino, e isso fez meu corpo reagir mal à distância que ainda faltava percorrer.
Podemos aplicar essa reflexão a qualquer área da vida. Quantas vezes não nos pegamos querendo muito cruzar a linha de chegada, alcançar o sucesso, ganhar dinheiro, casar com o amor da nossa vida?
O problema é que esse desejo intenso, por natureza, nos deixa ansiosos e nos faz querer adiantar o que não pode ser adiantado. É quase um paradoxo.
Querer demais leva ao desespero, à busca frenética, à impaciência… E isso acaba nos afastando ou até nos fazendo desistir exatamente daquilo que mais desejamos.
É por isso que essa frase de Mahatma Gandhi é tão poderosa:
“Perder a paciência é perder a batalha.”
Eu quero muito que essa newsletter atinja milhões de pessoas, quero muito completar a maratona, quero muito construir uma família…
Ao mesmo tempo, preciso ter a paciência de viver um dia de cada vez, fazendo o que precisa ser feito e confiando que, no futuro, o resultado será o alcance desses grandes objetivos.
Porque, se perdermos a paciência, se deixarmos a calma de lado e tentarmos apressar os vários quilômetros que ainda temos pela frente… O destino final pode nunca chegar.
Reflita comigo: o que, na sua vida, você quis tanto que acabou se impondo um limite?
Em que momento você tentou pular etapas importantes, apenas para se perceber ainda mais distante do destino final?
Para lidar com essa ansiedade — essa vontade incessante de “chegar lá”, que muitas vezes é alimentada pela comparação com outras pessoas — eu me lembro: “Ainda vou viver muito. Um dia, eu chego lá.”
Fique bem. O limite da vontade parte sempre de nós mesmos. E pratique a paciência…
A linha de chegada é só uma linha; é a jornada que a torna algo incrível.
Até a próxima,
Lucca Moreira,
Co-Founder Insight Espresso
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