#083 - Desrespeito, avaliações equivocadas e sombra

Enviado por Lucca Moreira | 31 de Janeiro de 2025

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#083 - Desrespeito, avaliações equivocadas e sombra

Tempo de Leitura: 6 minutos

O que vamos explorar hoje?

  • 1 história sobre Meg LaFauve para refletirmos sobre a sombra interior e como lidar com ela;

  • 1 frase de Mark Manson sobre encarar desrespeito e seus efeitos;

  • 1 ideia original nossa sobre o impacto das histórias que nos contamos e a importância de entender as causas geradoras dela;

  • 1 indicação de um ótimo filme para o fim de semana

Canalizando sua energia

Estava lendo um texto de Billy Oppenheimer que precisava entrar na edição de hoje.

No seu texto, ele conta sobre Meg LeFauve, escritora do filme Divertida Mente, e como ela conseguiu redirecionar sua energia da ansiedade para a criatividade.

“Meg LeFauve era uma criança muito ansiosa. ‘Meu avô costumava dizer que era por isso que eu tinha cabelos cacheados,’ [ela disse], ‘porque eu me preocupava tanto.’ E seu pai a chamava de ‘Meg Mal-humorada’ porque eu era muito ansiosa. E era algo muito negativo ter ansiedade.”

Com o tempo, LeFauve começou a escrever, impressionando seus professores com sua habilidade de criar histórias altamente imaginativas e originais. Aos poucos, ela começou a perceber que sua criatividade e sua ansiedade estavam ligadas, como se puxassem o mesmo trenó — sua habilidade de escrever histórias inventivas estava conectada à maneira como sua mente também criava preocupações que se transformavam em narrativas catastróficas e esmagadoras.

“Foi quando comecei a escrever,” ela disse, “que percebi que tenho uma imaginação muito grande. E o lado negativo disso é que a ansiedade também pode usar sua imaginação… Foi por isso que eu era uma criança muito ansiosa: minha imaginação estava pegando coisas e criando histórias cataclísmicas o tempo todo.”

Em vez de criar histórias cataclísmicas o tempo todo, LeFauve aprendeu a redirecionar sua energia natural para direções mais produtivas, como escrever os filmes de sucesso da Pixar Divertida Mente e Divertida Mente 2, sobre a vida interior de uma menina chamada Riley, que aprende a abraçar todo o espectro de suas emoções, valorizando até mesmo aquelas que antes considerava negativas, como a ansiedade ou o medo, entendendo que elas podem ser usadas para direcionar sua vida na direção certa.

“É isso que está no filme,” disse LeFauve, “porque foi isso que aconteceu comigo… Minha ansiedade — eu parei de julgá-la. Parei de condená-la e dizer que ela deveria desaparecer… Parei com isso porque minha ansiedade é uma parte muito grande do motivo de eu ser quem eu sou e do que eu fui capaz de realizar e dar ao mundo.

Existe um conceito que estudei muito no ano passado, que é o conceito da Sombra. Basicamente, é um termo usado para explicar as partes de nós mesmos que não gostamos, que nos atrapalham, que queremos resolver.

No caso de Meg, era a ansiedade. Porém, como ela mesma percebeu, a Sombra também é o que nos permite desenvolver nossas melhores qualidades.

A forma de lidar com a Sombra não é renegando-a ou tentando curá-la. Ela faz parte da sua identidade e, portanto, jamais desaparecerá.

A maneira que diversos psicólogos e psiquiatras, como o Dr. Frederico Porto, ensinam para lidar com a Sombra é fazendo as pazes com ela.

Quando incorporamos esses defeitos como parte do nosso ser, começamos a aproveitar tudo de positivo que eles geram.

O que faz parte da sua Sombra que você está tentando curar? Busque aceitá-la e entender seus efeitos positivos. Essa é A FORMA de evoluirmos a nível pessoal e emocional.

Não nade contra o rio, saiba boiar junto com ele.

Desrespeito é não se respeitar

“Jamais tolere o desrespeito porque quer que alguém goste de você. Além de não gostarem de você, você rapidamente deixará de gostar de si mesmo.”

Mark Manson

Diria que essa é uma frase que todo mundo entende eventualmente na vida, mais cedo ou mais tarde… Geralmente mais tarde.

Eu já tolerei muito desrespeito de pessoas próximas porque queria fazer parte, queria agradar e me incluir no grupo. Posso afirmar que nunca mais na minha vida farei isso, pois foi um dos piores períodos que vivi mentalmente.

É muito fácil cair nessa armadilha porque ela se torna um ciclo. Quanto mais desrespeito toleramos, menos gostamos de nós mesmos…

Quanto menos gostamos de nós mesmos, mais desrespeito toleramos, porque paramos de acreditar que merecemos algo melhor.

Somos seres sociais, isso é um fato, porém não precisamos ser ninguém além de nós mesmos para agradar o social. E menos ainda precisamos aceitar críticas e julgamentos apenas para nos sentirmos parte de algo.

Desrespeito, como diz Robert Greene, autor do excelente livro 48 Leis do Poder, é uma das maiores ofensas que podemos cometer contra alguém, então devemos olhar com a mesma seriedade quando fazem isso conosco.

“Não se deixe seduzir pela necessidade de ser apreciado: é melhor ser respeitado, até mesmo temido.”

— Robert Greene

Narrativas que partiram das premissas erradas

Quando eu estava na escola, lembro que odiava matérias que demandavam escrever criativamente, como português.

Nunca fui muito bom e me incomodava profundamente a ideia de começar a escrever em uma folha branca de papel.

Essa semana relembrei disso e comecei a refletir: por que lá atrás eu odiava algo que hoje se tornou um dos grandes prazeres da minha vida? Eu mudei? Foi um trauma? Por que demorei tanto a começar?

A verdade é que eu sempre gostei de escrever, porém, como fazia isso em matérias que precisavam ser avaliadas — e a avaliação era mais focada em estrutura, ortografia e normas —, eu nunca tirava notas boas.

Como sou uma pessoa extremamente competitiva, essa frustração foi apagando a minha vontade até que comecei a acreditar que odiava escrever.

Lembro como se fosse ontem de quando escrevi para o meu FCE (prova de inglês) e zerei a prova, mesmo tendo feito um ótimo conto.

Além disso, todas as brincadeiras entre amigos naquela época só ajudavam a fortalecer essa crença.

Revisitar essa história foi essencial para reforçar o que acredito hoje sobre as narrativas que criamos sobre nós mesmos e o impacto que elas têm.

Nós sempre buscamos provas para validar o que nossa mente acredita, mesmo que essas crenças tenham partido de premissas erradas, como avaliações partindo das premissas erradas na escola.

Felizmente, quebrei essa história e recuperei minha confiança na escrita. Mas tenho certeza de que ainda carrego várias outras narrativas que me limitam e me fazem esquecer de correr atrás daquilo que realmente quero.

Comece reavaliando uma história que você se conta. De onde partem suas premissas? Você consegue mudar essas premissas?

Lembre-se: quando você muda a história, muda tudo o que gira em torno dela.

1 Filme: Pequena Miss Sunshine

Onde assistir: Disney +

Nota IMDB: 7.8

Em Pequena Miss Sunshine, uma família disfuncional embarca em uma viagem caótica para realizar o sonho da pequena Olive: participar de um concurso de beleza infantil. No caminho, cada membro enfrenta suas próprias inseguranças e descobre que a verdadeira vitória não está em agradar os outros, mas em aceitar a si mesmo.

Assim como na frase de Mark Manson, o filme nos lembra que buscar a validação externa pode nos fazer perder quem realmente somos. No fim, é a autenticidade — e não a aprovação alheia — que nos torna verdadeiramente felizes.

Até a próxima,

Lucca Moreira,

Co-Founder Insight Espresso

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