#005 Aceitando o incontrolável

Enviador por Lucca Moreira | 30 de abril de 2024

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Aceitando o incontrolável

Tempo de Leitura: 5 minutos

O que vamos explorar hoje?

  • O momento que decidi largar minha arrogância para buscar novas formas de resolver meu problema.

  • A importância de aceitar nossa realidade como ela é.

  • Como agir diante da realidade não contra ela.

Largando minha arrogância

Era 2017, e eu estava acordando doente numa sexta-feira pela sétima vez no ano; já não aguentava mais…

Fui para a sala e liguei para o médico, aquele cujo nome é tão difícil que nem quem é da profissão sabe pronunciar direito: otorrinolaringologista.

Marquei uma consulta e sentei no sofá, a raiva tomou conta de mim. Raiva de mim mesmo, da minha imunidade, do mundo e do porquê de eu ter nascido assim…

Por que eu tinha que ficar doente SEMPRE? Viver a vida daquele jeito não era mais possível…

Lembro-me como se fosse ontem, comecei a lacrimejar de raiva, já sabendo o que seriam os próximos dez dias…

Antibiótico, antialérgico, anti-inflamatório, remédio nasal e um para o estômago porque agora, sempre que começava o tratamento, ele doía agudamente por dez dias…

Dez dias sem energia, dez dias que iriam devastar meu corpo, sendo que não fazia nem dois meses que havia passado pela mesma coisa. Enquanto as lágrimas desciam e a raiva subia, fui ficando desesperado…

Explodi! Encontrei um alvo e fui para cima, o alvo era a porta de vidro da minha varanda (spoiler: a porta perdeu). Vi que não havia mais como viver assim.

Todo ano, até os meus 18 anos, eu tomava cinco a seis vezes esse coquetel que acabei de descrever…

Não podia ser normal; algo tinha que mudar.

Buscando a solução

Minha mãe chegou em casa e me viu sentado, a porta quebrada, e seu primeiro instinto foi me xingar. Lógico, né?!

Aí ela me viu e notou meu desespero nos olhos. Eu disse: “Mãe, eu não consigo mais viver assim.” Ela se acalmou e ficou pensativa…

Até que ela se lembrou de um médico oriental que havia tratado o câncer de próstata do meu avô com acupuntura e alimentação. Ela disse que iria ligar para ele e me perguntou se eu iria…

Eu, 200% cético e quase não aceitando, pensei: “Pior que está, não fica.”

Aceitando minha realidade

Esse médico mudou a minha vida. Ele me fez largar totalmente os remédios e hoje minha imunidade está na melhor fase da minha vida, disparado!

E poderia escrever um e-mail sobre vários pontos dessa mudança de vida, mas hoje quero focar em um ponto específico: aceitar o incontrolável.

No primeiro dia em que fui consultá-lo, ele me analisou e pediu para cortar 100% dos laticínios da minha vida. Na verdade, tudo que contém proteína do leite. Ele me explicou o porquê e eu só queria saber de melhorar, acatei com o maior prazer.

Já se passaram seis anos e até hoje eu não quebrei esse acordo uma única vez.

Nesses seis anos, tive inúmeras conversas onde as pessoas tentavam entender como eu consegui tomar essa decisão e manter-me fiel a esse compromisso sem falhar.

E no final das conversas, a conclusão a que chegavam era: “Ah, mas eu não consigo.”

Só que todos conseguem. O que as pessoas não entendem é que isso não era uma opção. Não foi uma escolha. Era um fato imposto na minha vida.

Eu queria viver bem e de maneira saudável, então o leite não podia fazer parte da minha vida. Minha imunidade não é boa, portanto, o caminho era dois:

  1. Continuar comendo algumas coisas gostosas e ficando sempre doente, indisposto e triste.
  2. Cortar algumas coisas gostosas e viver da forma que queria viver.

Que escolha eu tinha? Nenhuma. E não tive porque aceitei a vida como ela era e agi da forma que podia, dado essas forças externas.

Nosso poder está nas nossas reações à realidade, mas a realidade não conseguimos mudar. Eu nasci com uma imunidade abaixo do desejado, ponto. Agora, como vamos reagir?

Esse conceito ficou mais claro quando estudei estoicismo. E essa visão liberta porque te faz focar no que você consegue influenciar.

Eu conseguia mudar minha genética para ter nascido com maior imunidade? Não. Mas eu conseguia executar uma série de ações, como cortar o leite, para tentar elevar minha imunidade para um nível saudável.

Quanto mais tentamos lutar contra a corrente, mais ficamos parados. Quanto mais nadamos com a corrente, mais rápido evoluímos.

Aceite o destino, bom e ruim, e tome sua decisão a partir desse fato.

Usando as palavras de um estoico para finalizar, Epiteto, que nasceu como escravo e no final de sua vida chegou a um grande cargo público:

“Não podemos controlar os eventos externos ao nosso redor, mas podemos controlar nossas reações a eles.”

– Epiteto

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