#023 Fazer o que precisa ser feito

Enviador por Lucca Moreira| 02 de Julho de 2024

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Fazer o que precisa ser feito

Tempo de Leitura: 7 minutos

O que vamos explorar hoje?

  • A jornada de superação de um leitor da Insight Espresso em sua prova de meia-maratona;

  • O como o ambiente é chave para buscarmos grandes objetivos;

  • Os dois tipos de comparação: do sonhador vs do realista.

Um grande amigo e leitor da Insight completou sua primeira meia-maratona no domingo. A edição de hoje será escrita a partir da nossa conversa sobre a prova e a superação que ele teve que passar durante 60% do percurso.

Hoje, serei apenas o transmissor da mensagem, enquanto as ideias vêm do nosso leitor ávido, Breno Sanna.

Neste domingo, ele completou sua primeira meia-maratona, um feito incrível. No entanto, sua conquista foi maior do que apenas finalizar a prova ou correr em um bom pace… Breninho correu 15 km com o pé completamente machucado!

O início da prova

Ele havia escolhido a prova de Belo Horizonte como meta para a meia-maratona deste ano. Chegou no dia confiante e determinado, com a mentalidade de: “hoje eu vou destruir”. Ao mesmo tempo, sentia a pressão ao ver corredores que ele nunca imaginaria correndo a prova…

Às 7:30 da manhã, foi dada a largada. Ele saiu voando, acompanhando corredores profissionais na etapa inicial. Seu pace estava ótimo, e ele se sentia bem. Tudo indicava que ele iria alcançar seu objetivo: finalizar os 21 km em menos de 1 hora e 30 minutos.

No quilômetro 6, devido à alta velocidade, encontrou o pelotão de retardatários da bateria anterior. Nesse momento, o que era uma prova para bater metas tornou-se um desafio mental insano.

O primeiro obstáculo

Ao tentar desviar de um dos corredores mais lentos, Breninho pisou errado e torceu fortemente o pé.

Foi até uma barraca de água, onde decidiu refletir por exatos 2 minutos (para não atrapalhar seu tempo na prova). Na sua cabeça, só pensava: “será que eu consigo terminar?”.

Ele estava machucado. Qual a necessidade de continuar? Deixa para outra prova… Não é o fim do mundo. Mas sua resposta após dois minutos foi: colocar gelo dentro do tênis e voltar a correr.

A prova de verdade começa

Voltou mancando, acelerando aos poucos até retomar o ritmo. No entanto, percebeu que não conseguiria cumprir sua meta, pois a lesão não permitia que ele corresse mais rápido que 6 minutos por quilômetro.

Sua resposta a isso foi: ressignificar a corrida. O objetivo deixou de ser o tempo e passou a ser finalizar a meia-maratona. Essa ressignificação foi crucial para que ele completasse a prova, pois encontrou um motivo alcançável para estar ali.

Na edição anterior da Insight, comentei sobre isso: a primeira coisa que temos que acreditar é que é possível. Sem isso, não atingimos nada.

O que Breninho fez foi exatamente isso… Ele tinha duas opções:

  • Aceitar a impossibilidade da meta e desistir

  • Ressignificar e continuar correndo

A recusa ao chamado

Os próximos quilômetros foram os mais difíceis. Estava com raiva, xingando e contemplando a desistência. Nessas horas, não há melhor ajuda do que outros seres humanos…

Um corredor viu sua luta e, com um simples gesto, ajudou-o a se encontrar novamente. Passou, deu um tapa nas costas dele e disse: “bora, desiste não.”

Pensamentos do David Goggins (ex-Seal e o maior corredor do mundo) começaram a surgir (ele realmente pensou no Goggins), e sua resolução estava feita… Ele iria terminar a prova, independentemente das consequências no pé.

Aqui paramos para uma segunda reflexão: se as pessoas ao redor dele não estivessem acreditando nele, não tivessem a mesma energia, o que provavelmente diriam?

“Desista, você está machucado. Para que sofrer? É só fazer outra prova.”

No entanto, os loucos que estavam na prova com ele sabiam o que era isso, que no fundo ele não se perdoaria por desistir, e fizeram o que qualquer pessoa sã faria:

“Desiste não, vão bora!”

A comparação positiva

Os quilômetros foram se somando, e a meta se tornava cada vez mais real. O pior já havia passado, mas Breninho me disse que teve um último motivador…

O que eu chamo de comparação do sonhador. Estava pensando sobre a questão de se comparar com os outros e entendi uma diferença incrível sobre a forma como nos comparamos.

Existe uma positiva e uma muito negativa.

A comparação positiva

Essa é a que nos mata. Nesse caso estamos nos comparando de forma negativa e criando desculpas por estarmos na situação em que estamos.

Um exemplo é se comparar com uma pessoa muito mais rica que você e ficar: porque ele tem tanto e eu tão pouco? Se eu tivesse nascido em uma família mais rica, poderia ser igualzinho a ele?

É uma comparação alimentada por inveja e vitimismo. É o que devemos evitar sempre. Apesar disso, existe uma forma de enxergar que é positiva para nós.

A comparação positiva

Aqui se trata de comparar com uma mentalidade não de inveja e sim de admiração.

Na prova, o Breninho estava vendo um pessoal bem mais velho e “despreparado” correndo e seu sentimento era que eles iriam terminar.

Ao invés de cair na inveja e falar: “porque fui eu que tinha que machucar? Sou muito azarado…” ou qualquer pensamento do tipo, ele viu isso como uma fonte de motivação.

“Que incrível, essa mulher de 60 anos vai conseguir completar a prova, eu também consigo!”

A admiração pelas pessoas ao seu redor foram dando força para ele continuar e também conquistar a sua meta, mesmo que machucado e sofrendo.

Ele se comparou para crescer e não para inventar desculpas!

O resultado do sofrimento

Ele completou a prova em um tempo maior do que a meta original, mas extraordinário, considerando a lesão. Foram 21 km em 1 hora e 57 minutos, um pace de 5:35 por quilômetro.

Completou sua prova objetivo do ano, fez o que precisava para ser vitorioso naquele dia, mesmo que o conceito de vitória tenha mudado durante o trajeto.

Chegou em casa com o pé inchado, tomou um banho, relaxou no sofá e abriu o computador para ver qual seria sua próxima prova.

Esse tipo de conquista muda nossa cabeça, pois vencemos “apesar” de todos os problemas. Talvez Breninho nem enxergue a mudança agora, mas isso vai gerar uma cascata positiva em sua vida.

Nos 10 mandamentos da Nike, existe um que vale citar, especialmente ao falar sobre corrida:

“O trabalho não está feito até o trabalho estar feito.”

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