#035 Caráter vs talento
Enviador por Lucca Moreira | 13 de Agosto de 2024
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Caráter vs talento
Tempo de Leitura: 6 minutos
O que vamos explorar hoje?
Como o ser humano ocupou o topo da cadeia alimentar;
A habilidade que precisamos de ter para evoluir na vida;
Como um publicitário se tornou o maior escritor de livros infantis do mundo.
O poder dos seres humanos
“Seu caráter é o que está criando o que acontece na sua vida.”
– Robert Greene
O ser humano é mais fraco, mais devagar e menos resistente que quase todos os animais da selva, porém, ocupamos o topo da cadeia alimentar.
Isso ocorreu em grande parte por causa de um motivo relacionado à nossa consciência: a nossa capacidade de socializar.
Conseguimos nos organizar de uma forma que até os maiores e mais ferozes animais da terra se tornam inofensivos. Só que, para a coletividade funcionar, quem está do nosso lado importa MUITO!
Se, milhares de anos atrás, estivéssemos caçando um elefante em conjunto, e um ou vários caçadores do nosso grupo tivessem medo e fugissem, nós poderíamos morrer…Literalmente.
Hoje não estamos na grande maioria das situações com risco de morte, apesar disso, a nossa habilidade de escolher nosso grupo é uma das habilidades mais importantes das nossas vidas.
Necessidade de construir seu Mastermind
Napoleon Hill, em seu livro “Quem Pensa Enriquece”, fala muito sobre a importância de termos um “Mastermind”. É um grupo de pessoas certas, escolhidas a dedo, que irá nos salvar de uma série de decisões erradas na vida.
Todo ser humano possui defeitos, e conseguir enxergar esses defeitos é muito bom, pois nos permite escolher pessoas que estejam do nosso lado para suprir essas falhas.
Se você é ruim em matemática, mas escolhe para seu grupo um cara fera em matemática, quando estiver negociando, pode pedir ajuda a ele. Essa humildade de se reconhecer garante uma maior assertividade nas suas escolhas de grupo.
E se isso vale para você, vale para as outras pessoas também.
Então, não ache que você vai escolher o seu Mastermind de pessoas capacitadas se você também não é uma pessoa capacitada. E é aqui que o caráter entra.
Pense em duas pessoas na sua vida para colocar no seu Mastermind. A primeira delas é um gênio em algo; a outra é “somente” muito boa. Só que a primeira é um babaca, prepotente e soberbo, enquanto a “muito boa” é simpática, humilde e sincera.
Qual você preferiria? Eu prefiro, sem piscar os olhos, a “muito boa” e humilde.
Estou falando tudo isso, primeiro, para trazer a importância do Mastermind, mas, com um significado mais profundo. Quero te mostrar que o caráter, a nossa história, vale muito mais do que nosso talento.
O caráter vs talento
Para conectarmos com pessoas incríveis precisamos ser, antes de tudo, pessoas de caráter forte e simpático.
Nesta última semana, fui conversar com alguns empresários muito bons sobre oportunidades. Eu havia trabalhado com eles há um tempo atrás e, na minha opinião pessoal, foi uma das piores épocas de trabalho concreto que executei.
Estava em um período conturbado, estava triste e perdido. Estava desmotivado e com uma falta de foco e preguiça absurda.
Mesmo assim, eles me chamaram, e lá estava eu, conversando com essas duas pessoas que admiro. Por quê?
Não consigo dizer exatamente, porque não sou eles, mas acredito que é pelo meu caráter. Pela minha vontade de ajudar, por tentar sempre ser simpático e dedicado, mesmo que o momento em que os conheci, não era o meu melhor momento.
Nosso caráter é mais forte e mais importante que nossos talentos. O que convence as pessoas, o que as agrada, é o que fazemos e não o que sabemos. Não use o segundo como desculpa para falhar com o primeiro.
Lembre-se: para criar seu Mastermind você precisa ter valor, e um ótimo caráter tem mais valor que um grande talento.
O caráter na prática (reedição de Billy Oppeinheimer)
Após a última das vinte e sete rejeições do seu primeiro livro infantil, Theodor Geisel saiu do escritório de uma editora em Nova Iorque e dirigiu-se para o seu apartamento na East 96th Street, onde iria “queimar o manuscrito no incinerador”.
Enquanto subia a Madison Avenue, Geisel encontrou um rapaz que era seu amigo na faculdade pouco mais de dez anos antes. Esse amigo, Mike McClintock, perguntou sobre o manuscrito que Geisel estava carregando.
“É só um livro que ninguém vai publicar”, “Estou indo queimá-lo”.
Acontece que, nesse dia, McClintock tinha sido promovido a editor de livros infantis da editora Vanguard Press. Ao contrário de outros editores, que estavam avaliando somente o trabalho de Geisel, McClintock conhecia o seu passado.
Ele sabia que Geisel era uma boa pessoa. McClintock lembrou-se de quando trabalharam para a revista de humor da faculdade. Geisel era tão obcecado pelo trabalho, maníaco por escrever e revisar, que se encontrava frequentemente “dormindo no escritório da revista com a cabeça virada para baixo na máquina de escrever”.
Talvez Geisel não fosse o mais talentoso, e talvez seu primeiro livro para crianças não fosse um sucesso estrondoso, mas McClintock confiava que a motivação e o empenho obsessivo de Geisel acabariam por compensar.
McClintock adquiriu o manuscrito de Geisel, e a Vanguard Press o publicou com o título And to Think That I Saw It on Mulberry Street e sob o pseudônimo: Dr. Seuss.
McClintock estava certo de que o primeiro livro de Geisel poderia não ser um sucesso imediato, mas que Geisel persistiria e acabaria por ter êxito. Dr. Seuss é o autor de livros infantis que mais vendeu na história, exemplos como: Grinch, Lorax, o gato do chapéu foram todos dele.
“Procurando pessoas para contratar, você busca três qualidades: integridade, inteligência e energia. E se elas não têm a primeira, as outras duas matarão você.”
– Warren Buffet
Nada vale mais do que o seu passado, sua história e caráter. No curto prazo pode parecer que ser desonesto compensa, principalmente olhando para a internet. E eu te afirmo, nunca nunca vai compensar.
Cultive seu caráter sempre na sua vida, boa coisas sempre virão.
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